De repente me vi pensando e
escrevendo assim:
“Não, não quero saber que quando eu nasci a primeira coisa que me
fizeram, depois de levar um tapa na bunda para eu iniciar o meu festival de
choros nessa vida, me enfiaram numa caixa.
Mesmo com todas as dificuldades de viver dentro dessa caixa, só podendo
fazer o que a caixa me permite, eu ainda prefiro ficar dentro dela. Se eu
obedecer e seguir as regras, mesmo que todas sejam severas, eu me acho seguro,
e ainda sobra algum tempo para eu me divertir com os entretenimentos que deixam
entrar na minha caixa. São coisas boas, tão boas que eu nem preciso fazer
qualquer tipo de esforço. Só fico olhando e nem preciso pensar, pois eles
pensam por mim. Sigo todas as orientações e fica tudo bem. Tem coisa melhor?
Às vezes uns doidos, aqueles que saíram da caixa, tentam me fazer sair
dela, mas quando abro a tampa da minha caixa, o que vejo me assusta. Volto para
dentro da caixa, fecho a tampa e fico no conforto da segurança que ela me
oferece.”
Assim quem sai da caixa é
considerado doido pelos doidos que querem ficar nela. Afinal quem é o doido? Quem
sai ou quem fica?
Não entendeu? Então nem a tampa
você levantou e nem vai querer saber o que os que saíram da caixa descobriram.
O caminhão da mudança já
estacionou. Daqui a pouco estão pegando as caixas.
Até breve.
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