Numa grande e bela cidade, um grupo de pessoas
abastadas, começou a arquitetar um plano para domina-la, para tirar proveito de
sua riqueza.
Começou a financiar pequenos grupos para que começassem
a conturbar certas regiões da cidade, desvalorizando os imóveis da região, para
que pudessem compra-las a baixo custo, e assim fizeram, seguindo planos bem
arquitetados, sem que a população desconfiasse.
Começaram pelo bairro industrial, promovendo brigas,
greves e todos os tipos de depredações, inclusive provocando pequenos
incêndios, o suficiente para assustar os proprietários, sem prejudicar
demasiadamente as suas produções, até chegarem ao ponto dos donos das empresas
quererem vender as suas empresas por preços aviltantes, mais para se livrarem
soa problemas, pois as autoridades, já devidamente corrompidas pelo grupo, não
tomavam atitudes coercitivas ou punitivas.
Assim dominaram as principais indústrias, e passaram
a agir nos demais setores da cidade, tal como o comércio em seus principais agrupamentos,
e principalmente no setor educacional, retirando verbas das escolas, para
privilegiar os setores de seus interesses.
A cidade, depois de um tempo se viu conturbada pela
violência, e por abusos de todos os tipos, e o povo se viu totalmente a mercê dos
desmandos desse grupo.
Com a diminuição das verbas para a educação e para a
saúde, a educação começou a ficar frágil e assim as escolas não conseguiam
ensinar o básico para os seus alunos, pois os professores não mais conseguiam
se dedicar totalmente às preparações das aulas, uma vez que o salário foi
abaixando até ao ponto em que muitos dos professores tiveram que procurar mais
fontes de sustentos, ficando totalmente sem tempo para as devidas preparações
das aulas.
Assim, também influenciado pelas novas gerações de
alunos revoltados com as suas situações de vida na cidade, pois a dificuldade
do sustento foi se tornando cada vez maior, aos poucos foram se formando
gerações totalmente despreparadas, tornando-se presas fáceis para esse grupo.
Com o ensino carente e a saúde precária, a população
tornou-se “escrava” desse grupo. Por mais que os poucos professores dedicados e
apaixonados pelo ensino enxergassem que o ensino seria o básico para retirar as
futuras gerações dessa escravidão, pois pessoas cultas e bem informadas
poderiam começar a colocar no poder político pessoas honestas e incorruptíveis,
e assim, aos poucos ir minando o poder desse grupo, a população de alunos
estava tão revoltada, que começou a admoestar os poucos professores que inda
tinham a paciência e a virtude de tentar enfiar alguma coisa de útil nas
cabeças dos alunos.
Até os poucos alunos que tinham interesse em
aprender eram admoestados pelos demais, que se tornavam nulidades e presas do
sistema.
O governo central do estado, do qual pertencia a
cidade, depois de um tempo, percebeu que aquela cidade, que era um modelo
dentro do estado, estava se deteriorando, prejudicando, inclusive, a
arrecadação de impostos para o estado, apesar de um grupo estar muito poderoso
dentro dela. E também não queriam que isso começasse a se espalhar pelo estado,
então começaram a planejar como intervir na cidade, sem que parecesse uma
intervenção do estado na gestão da cidade.
Como na atualidade eles não tinham como intervir
diretamente, pois aquela cidade estava dentro da lei, os planos foram sendo
expostos por vários pensadores, até que um plano de longo prazo, mas com muita
chance de dar certo foi aprovado pelo governo central do estado.
O plano consistia em enviar professores altamente
preparados para as escolas estaduais daquela cidade, e aos poucos esses
professores iriam influenciando os estudantes a se prepararem devidamente, para
que ao se formarem com toda a capacidade do novo ensino, pudessem começar a
virar o jogo, tomando conta de postos importantes, inclusive na política da
cidade, denunciando todos os tipos de corrupção que lhes chegassem ao
conhecimento!
Mas tinha um porém! Do que adiantaria esses
professores altamente preparados nas salas de aula, se os alunos continuariam
os mesmos?
Então a brilhante ideia surgiu! Um Mestre de alto
gabarito, ainda novo, deu a seguinte sugestão: como os alunos daquela cidade
são em sua grande maioria repetentes, ou seja, acima das idades normais para
cada ano letivo, os Mestres que fossem enviados para a cidade seriam
voluntários para serem “alunos”, o que poderia influenciar os demais alunos através
de seus exemplos. Primeiramente se juntariam aos bons alunos, formando grupos
maiores e os poucos convidando os menos revoltados a participarem do grupo e
aos poucos ir minando o desinteresse da maioria.
O plano foi aceito, mesmo sabendo que tudo poderia demorar
muito tempo e mesmo dar errado. No caso de dar errado teria que haver uma
intervenção, que evidentemente não seria aceita pela direção daquela cidade e
até pela população, o que poderia virar uma batalha armada, pois a situação não
poderia continuar como estava. Aquele exemplo de cidade não poderia servir de
espelho para as demais, inclusive por estar prejudicando a população da cidade
e, por conseguinte, a do próprio estado.
Assim começou a procura de Mestres voluntários que
se encaixassem no perfil desejado. No estado alguns poucos, dos que se
apresentaram, se encaixavam no perfil desejado. Assim o governo central do
estado teve que apelar para os outros estados da Federação, e depois de algum
tempo conseguiram um número suficiente para o trabalho, que seria Mestres se
passando por alunos!
Esse grupo de Mestres foi levado a uma instituição
para serem preparados para essa difícil missão. Foram avisados que muitos
poderiam se encantar com alguns prazeres e diversões que os alunos, digamos, “mau
caráter”, apresentariam para eles, e assim se desviarem da missão, caindo nos
prazeres mundanos, incentivados pelo grupo controlador da cidade.
Aos poucos esses “alunos” foram entrando nas escolas
estaduais “transferidos” de outras cidades. Essas transferências tiveram que
ser feitas de maneira que não desconfiassem de tantas transferências ao mesmo
tempo.
Depois de certo tempo, todos os 144 000 “Mestres/alunos”
já estavam “formados” como alunos e foram sendo enviados para aquela cidade.
Como previsto, alguns, em vez de influenciarem, foram influenciados, mas a
grande maioria começou a realmente influenciar os alunos relapsos. E cada vez
que um “Mestre/aluno” se formava, ou atingia certo objetivo, voltava para a sua
cidade de origem, e era recebido como herói, pois com o passar dos anos todos
já sabiam que havia um plano em andamento para a recuperação daquela cidade,
sem que houvesse a necessidade de uma intervenção drástica. E outros “Mestres/alunos”
eram enviados.
Mas assim como todos os habitantes da federação já
sabiam desse plano, o grupo dominador daquela cidade também acabou sabendo, e
começou a perseguir os alunos que se saiam bem nas escolas, e aqueles que
lideravam grupos de estudantes, e começaram os contra ataques. Ameaçavam os
diretores das escolas para expulsa-los, inventando ou fazendo parecer que eles
cometeram algum delito dentro ou fora das escolas, ou até mesmo raptando-os e
matando-os.
Mediante essa nova ameaça, o estado começou a mandar
homens para a proteção de seus “Mestres/alunos”, disfarçados de professores,
faxineiros, bombeiros, ou qualquer profissão que os permitissem estar próximos
de seus protegidos. Estava declarada a guerra escondida da população.
Conforme os novos alunos iam se formando, e devidamente
esclarecidos pelos seus colegas “Mestres/alunos” do que realmente acontecia na
cidade, a “resistência” aos desmandos do grupo foi se fortalecendo, e aos
poucos o grupo foi sendo desmascarado, não sem as devidas resistências.
Alguns novos alunos, já a par da real situação
questionavam do porque da não intervenção do estado, e obtinham a resposta que
o grupo ainda tinha muito poder e que a retaliação poderia prejudicar muito
grande parte da população, e que a “sopa quente tem que ser tomada começando
pelas beiradas”.
Grupos de novos alunos que se formaram em advogados e
passaram em concurso público para instituições judiciais, como juízes e
promotores, começaram a vasculhar as falcatruas do grupo e dos industriais e
comerciantes, além de todos os braços do grupo infiltrados nos diversos setores
econômicos, educacionais e de saúde da cidade. Foram descobertas inúmeras
falcatruas, golpes e corrupções envolvendo o grupo e os maiorais das diversas
instituições governamentais e até particulares. Moveram ações, prenderam,
julgaram e condenaram os que conseguiam, pois até no judiciário existia braços
do grupo.
Assim, aos poucos, o povo da cidade foi sendo
alertado sobre o que estava acontecendo a muito tempo na cidade. Muitos não
acreditaram e ainda endeusavam os seus escravagistas, pois esses os alimentavam
com as migalhas que sobravam de seus refastelados banquetes a suas custas, sem
que mesmo desconfiassem que as migalhas fossem uma espécie de suborno!
Pois assim continua a “guerra” escondida da
população, onde até mesmo alguns Mestres/alunos se esqueceram de que são
Mestres, achando que pertencem àquela cidade, e que o seu trabalho é intervir
como um morador nas soluções dos problemas da cidade. Esqueceram que seria
somente darem o exemplo de como os verdadeiros alunos devem se conduzir na
escola e depois na própria condução de suas vidas, atuando firme no combate a
corrupção e desmando dos ainda governantes.
Mas aos poucos a guerra da moralidade suplantará a
da ganância e imoralidade, e quando chegar hora propícia, o estado poderá
intervir sem que o grupo tenha qualquer chance de retaliação.
Vitória da Federação, vitória da moralidade, vitória
da Luz!
Por Bill Shalders
04/09/2018
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